23 de julho de 2024

Defensoria Pública realiza reunião com grupo de mães de crianças e jovens com neurodivergência em Icó




A Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará(DPCE) realizou uma reunião com um grupo de mães de crianças com neurodivergências para falar das dificuldades na obtenção de medicamentos e tratamento, educação, outras ferramentas e terapias na cidade de Icó. Foi a primeira reunião que aconteceu com os novos defensores da cidade e o grupo de mães

A defensora pública Clara Sampaio,explica que a reunião visa apresentar a rede da Defensoria de garantia de direitos e escutar as principais demandas. Assim, além do direito à saúde e medicamentos, também foram questionados sobre acompanhamento multidisciplinar, direitos à educação, convivência familiar e comunitária com direitos à participação dos pais, que contenham atividades de lazer, e na fase adulta sobre a inserção no mundo profissional.

“É fundamental ouvir as pessoas que convivem e cuidam das crianças e adolescentes com TEA e outras neurodivergências para entender as principais dificuldades e nortear as prioridades de atuação da Defensoria no município. Foi uma tarde muito especial e que com certeza nos ajudará a traçar estratégias para a efetivação dos direitos dessas crianças e adolescentes”, explica.

O defensor público, Mike Chagas também esteve na reunião. “temos uma lógica de uma tridimensionalidade do cuidado, que vai garantir esse acolhimento de quem acolhe. Isso é algo que a Defensoria Pública aqui de Icó tem prestado bastante atenção. Assim, nas nossas ações, principalmente de guarda, a gente já vem apontando uma perspectiva de um julgamento sobre a análise, um julgamento sobre a perspectiva do gênero”, explica.

Mike lembra da tese do esgotamento emocional feminino, sobretudo nesta missão de mães-cuidadoras de crianças com neurodivergências. “Ela acaba exercendo apenas uma função, que é essa função materna, e deixando de lado todas as outras, ou seja, uma mãe de uma criança com o transtorno do espectro autista, por exemplo, ela, na sua vida privada, ela só exerce papel de mãe, então ela não consegue ser mulher, ela não consegue ser uma amiga, ela não consegue ser uma filha, uma namorada, uma esposa… Então há essa preocupação, as mães chegam aqui bastante esgotadas” complementou o defensor.

Uma das mães que esteve na reunião, Josy Lopes, destaca a importância desta escuta. “Foi importantíssimo, encontramos na Defensoria mais um aliada para nos ajudar nessa nossa causa, porque como eu falei na reunião, a gente passa despercebida. O autismo é falado só em abril, onde as pessoas colocam nas redes sociais, mas na prática ninguém faz nada. E a gente espera que se cumpra o que é o nosso, por direito, que é ter nossos filhos assistidos”, disse. Ela integra o coletivo de Mães Atípicas da cidade e acredita que o canal com a Defensoria facilitará o acesso à informação. “Tem muitas mães que não têm orientações, que não sabem quais são os direitos, que não sabem como dar entrada no Benefício de Prestação Continuada(BPC), aí acabam pagando advogados e eles acabam ficando com 30%, 40% do que elas recebem, ou seja, por falta de informações, porque se elas soubessem procurar a Defensoria, isso não aconteceria”, pontua Josy.

Os defensores acreditam que dar a voz a estas cuidadoras foi importante para nortear as próximas ações. “Deixando as mães, principalmente, falarem, porque o nosso lugar é o da escuta e não de quem fala. Nesse primeiro momento, propusemos um acolhimento dessas mães para que um próximo passo vá ser, eventualmente, uma expansão dessa reunião, quem sabe uma audiência pública para fazer as requisições e requerimentos para a Prefeitura e demais entes”, disse Clara.

https://www.defensoria.ce.def.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A página do Blog Icó na rede está aberta as postagens anônimas. Mas claro, se houver qualquer tipo de palavras de baixo calão, ou que denigram a imagem, o comentário será retirado.