Icó, município localizado no interior do Ceará, tem sido carinhosamente apelidado de “Paris do Sertão”. Essa alcunha, que remonta ao século XIX, foi denominada pelo jornal Pedro II em 1861 e segue viva até hoje, graças às influências culturais francesas que permeiam a cidade. Um novo documentário, intitulado “Icó, a Paris do Sertão”, explora essas raízes francesas e revela como elas moldaram a história e a identidade local.
A produção, parte da série Ceará Francês, é fruto de mais de uma década de pesquisa conduzida pelo documentarista Roberto Bomfim e pelo diretor de fotografia Eduardo Barros. O filme destaca elementos franceses presentes na arquitetura, costumes e até na moda de Icó. Entre os marcos históricos está o Teatro da Ribeira dos Icós, o primeiro teatro do Ceará, cuja construção foi influenciada diretamente pela cultura francesa.
O documentário também mergulha na história de Pedro Théberge, médico e historiador francês que desempenhou um papel crucial na transformação de Icó. Théberge trouxe consigo ideias e práticas que ajudaram a prosperar a cidade, tornando-a um centro cultural e econômico no século XIX.
Com 342 anos de história, Icó é mais antiga que Fortaleza e nasceu como uma tribo indígena pertencente à nação Kariri. Sua localização estratégica, às margens do rio Salgado e em meio a importantes estradas gerais, contribuiu para seu desenvolvimento e para a chegada de influências europeias.
A obra celebra a rica diversidade cultural e espiritual de Icó, reforçando o sentimento de pertencimento de seus moradores e convidando o público a redescobrir a cidade como um verdadeiro tesouro histórico e cultural.
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